domingo, 31 de março de 2013

Errata Indígena (parte 2)

Acho que a maioria das pessoas têm aquela imagem estereotipada do índio, na qual ele usa peninhas na cabeça, carrega um arco na mão e dança em círculos para fazer com que a chuva caia. Claro, existem tribos que usam sim penas como adornos. Nas caçadas é comum usarem o arco e flecha, e dependendo do ritual, há dança sim. Mas eles são muito mais do que isso.
Outro erro que as pessoas cometem é acharem que se um índio deixa sua tribo, se deixa de ser 'selvagem' ou 'animal' para viver na cidade, deixa de ser considerado como tal. Ser 'índio', é muito mais do que andar nu, de viver na floresta e morar em ocas como muitos pensam. Tem a ver com herança sanguínea, histórica e cultural, muito mais do que essa 'taxação' preconceituosa. Segue-se abaixo a definição de 'povo indígena':

"As comunidades, os povos e as nações indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as instituições sociais e os sistemas jurídicos''.

E o pior é que está visão nos é transmitida desde cedo. Dificilmente uma escola não comemora o Dia do Índio sem pintar o rosto dos alunos e colocar um arco de penas nas cabeças deles. Sou completamente contrário a isso. Eu mesmo acabei aprendendo assim e vivi pensando assim durante um bom tempo. Fui descobrindo coisas e até certo ponto, sabia que eles eram mais que aquilo. Só não sabia de que modo. Como eles eram diferentes daquilo. Felizmente, o livro Ekoaboka salvou minha inteligência. Agora eu vejo eles de modo mais completo. Sua ligação com a natureza foi o que mais me encantou. Se fôssemos mais ligados a magia e ao encanto que o mundo pode nos ofertar, seríamos muito mais felizes. 

Seu estilo de vida sustentável e o respeito com a natureza e com o próximo são coisas que deveriam com certeza ser adotadas pela nossa sociedade. Precisamos ter essa consciência mais coletiva e menos individualista. Devemos ver que não somos tão diferentes deles. Sua cultura é bem antagônica a nossa, mas sofremos de amor, queremos viver, ser felizes e sonhar. Sempre como um só.

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